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15 de março de 2016

Nicolau Breyner - 52 anos de carreira Até sempre...

Ontem Portugal ficou em choque com o falecimento do enorme Nicolau Breyner. Desde sempre que me lembro dele na televisão, talvez a minha memória mais antiga seja com Ana Zanatti, Rosa do Canto e Fernando Mendes em Nico d'Obra (emitido em 1993 e 1996 na RTP).
Foi, é e continuará a ser um ícone na cultura portuguesa, Se vos disser que fez cerca 108 trabalhos na Televisão e Cinema (sendo que o último o deixou incompleto) ? É verdade, esta extraordinário actor, homem deixa um vazio em Portugal, em diversas gerações.
Cresci a ver os seus trabalhos, é uma perda brutal  é um choque quando actores da "velha guarda" que tantos nos fazem companhia partem...



Até sempre, Senhor Nicolau. Obrigada por tudo o que nos deu.

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Deixo-vos algumas frases marcantes em entrevistas.

 — Como gostaria de ser lembrado? “Ser lembrado já é bom e a pergunta lembra-me um episódio. Um dia deram-me uma comenda. ‘Para que serve isso?’, perguntaram as minhas filhas. Para ir às festas e para pôr em cima do caixão quando morrer…” — Notícias Magazine, 2014

“Há coisas em que sou muito maduro, é ridículo dizer isto porque tenho 73 anos de idade, e depois há coisas em que sou completamente infantil. Eu acredito, eu tenho sonhos. Como qualquer pessoa da sociedade, sonho com coisas: que nunca fiz ou que gostaria de fazer. Mas há um constante sonho, não há nunca um estar acomodado. ‘Ah, sou um senhor de idade…’, não, nada disso. É raro o dia que eu não tenha uma ideia e não escreva no papel. Umas vão ser feitas, outras nunca serão feitas.” — Espalha-Factos, 2013
Sou o gajo menos saudosista do mundo. O meu tempo é agora, não há aquela coisa de ‘ah no meu tempo é que era bom’. O meu tempo é o tempo em que nós existimos, por isso este é o meu tempo também. Eu estou sempre atento ao que se faz, de melhor e de inovador.” — Espalha-Factos, 2013
“Graças a Deus, tenho todos os dias tudo para aprender. Tenho uma ânsia de aprender muito grande. Sou muito renascentista. Gosto de ser ator, gosto de realizar, gosto de cantar, gosto de dirigir, gosto de escrever… Eu vivi um ano num barco e adoro barcos. Era ter dinheiro para ter um barco como eu gostaria de ter e ir por aí. Sempre para o sul, para o norte não gosto muito.” — Espalha-Factos, 2013
— Quais são as coisas que lhe dão mais prazer hoje em dia?
— “Apanhar sol. Sou capaz de estar horas no monte a apanhar sol. Se não fosse católico, era adorador do sol. O sol é a minha energia. Não gosto destes dias como hoje [, chuvoso]. Se vem um raio de sol eu fico outro. Os pequenos prazeres: ver uma planta a nascer, ver um animal a nascer, são os grandes prazeres da vida.” — Espalha-Factos, 2013
Nunca remei contra a maré, até porque acho que não vale a pena. E deixei-me embalar nesta aventura que é a vida. Rindo, chorando, vivendo, sentindo. Quanto mais simples, mais eu gosto. É como a comida, quanto mais simples, melhor.” — Espalha-Factos, 2013
“A velhice não é boa, temos de nos habituar a viver com ela. Mas temos alguns direitos adquiridos, e um deles é esse, dizer o que pensamos.” —Público, 2010
“Isso é que é grave: não sinto que estou a envelhecer. É gravíssimo. (…) Claro que fisicamente ficamos diferentes. Profissionalmente não noto diferença. Há tempos que não escrevia coisas de humor e agora estou a escrever. Estou a trabalhar em três ou quatro coisas ao mesmo tempo. Faço-o tranquilamente, sem esmorecimento. Produzo muito mais, muito melhor. Ainda vou ao ginásio (sempre trabalhei com pesos muito pesados e continuo a fazê-lo). Depois há as outras coisas: já tenho de tomar remédios, o que há cinco anos não fazia sentido.” — Público, 2010
Detesto o Inverno. Muitas vezes digo da vida: ‘Quantos verões me faltam?’. Adorava morrer num daqueles dias chuvosos, feios, com vento, para não ter pena.” — Público, 2010
“Nunca me dei ao trabalho de me definir. É uma coisa altamente restritiva. (…) Nós não somos uma coisa. Nós somos feitos de várias coisas. Pelo menos as pessoas como eu, que viveram várias coisas, que foram casados, tiveram desgostos, tiveram alegrias, tiveram amigos, viveram mortes… Viram-se muitos filmes, ouviram-se muitas músicas. Milhões de coisas. Não me consigo definir. Sou um ser humano. Estou a passar por esta vida, que é uma coisa muito breve, fazendo o menos mal possível às pessoas e tirando da vida o melhor que ela tem. Mais nada.” — Correio da Manhã, 2013

4 comentários:

  1. Realmente foi uma grande perda, eu adorava-o. Era uma pessoa que tanto encarnava papéis humorísticos e nos fazia sorrir, como encarnava autênticos vilões como ninguém :) Tal como tu, também me recordo dele do Nico d'Obra e a única coisa que posso dizer é que ele deixou obra feita de que ninguém irá esquecer :)
    Beijinhos ...
    Guloso qb

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    1. É mesmo, deixa a sua marca em especial, no mundo da representação.
      **

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  2. Estamos todos tão habituados a vê-lo que agora vai ser estranha esta ausência 😥
    Desde pequenina que era uma presença assídua na tv :(
    Beijinhos
    elisaumarapariganormal.blogspot.pt

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    1. É verdade, fica a marca dele em tantos actores, e a referência para muitos aspirantes nesta área!

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