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30 de janeiro de 2016

O dito Bullying


Na minha adolescência não existia a palavra bullying. O que existia, então? Pura maldade, exclusão, humilhação física e mental e agressões. O pior de vivermos no mundo do bullying (como se chama actualmente) é a amizade tóxica, o isolamento, as ofensas dia após dia. Quando somos jovens queremos muito ser aceites pelos colegas mais populares, nem que para isso tenhamos de falar mal ou gozar com os que somos iguais a nós, excluídos.
Passei por essa fase, até que um dia dei por mim a rever-me na pessoa,que mais uma vez destruíam devido à roupa e ao modo recatado que foi adoptando ao longo do tempo, estava a ser algo de humilhação. Fez-se um clique e silenciosamente fui vendo que não passava de uma marioneta para as amizades tóxicas. Deparei-me em diversas situações, a observar enquanto a acção decorria (tipo à filme) para compreender o que realmente estava viver e que negava à muito. 

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Doeu muito, não vou fingir.  Doeu ser gozada pelas minhas curvas, doeu ser gozada pelas roupas que usava, por aparecer com algo novo. Doeu ser a última a ser escolhida para equipas, doeu nunca ter par/ parceira, daquelas que se escolhiam logo para os trabalhos ou partilhar secretária, doeu nas aulas de educação física nunca torcerem por mim, queriam sempre a vitória dos outros. Não doeu menos terem sempre segredos, falarem em código na minha presença, nem tão pouco ser criticada por brincar com rapazes (ao menos estes aceitavam-me).
Isto desde dos 6 anos até por volta dos 13, uma vez que a isto tudo por volta dos 13/14 anos se juntou a altura dos namoros típicos de adolescentes, e foi apenas mais uma coisa para implicarem.
Aos 16 anos, com a mudança de turma, cada um escolheu a sua área para o secundário libertei-me (não por completo) dessa pressão que me acompanhava à muito. Senti-me muito mais eu, muito mais leve.

Agora com 26 anos, digo-vos libertem-se das amizades tóxicas, devia de o ter feito assim que me apercebi do que se estava a passar, porém pensava que iria ficar sozinha. Isso jamais nos acontece, somos milhões de habitantes neste mundo, não nos damos com este grupo, convivemos com outro em que tenhamos interesses idênticos. Nunca cheguei ao fundo, nunca entrei em depressão, nem pensei em suicídio, porém é a forma como acabam muitos casos de bullying. Sim, mesmo em Portugal.

Custa passar por isto? Custa! 
Consegue-se esquecer? Não, e até é bom não esquecer.
Ultrapassa-se? Sem dúvida, que sim! 
Dicas para isso? Concentrarem em fazer o que realmente gostam, dediquem-se, ignorem tudo o que ouvem e denunciem. Contem aos vossos pais, eles merecem saber pelo que estão a passar, para vos apoiarem e não se isolarem.

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O que tirei da minha experiência? Pois bem, vivo a vida, não me interessa o que dizem, faço o que gosto, recuperei a auto-estima que me foi roubada e sou feliz. 

Para ti, que neste momento estás a bater no fundo, agarra-te à vida só somos vítimas por sermos o que eles queriam ser. Somos melhores que eles (amigos tóxicos). 
Vá lá, agarra-te à vida e faz para teres o futuro que ambicionas.
Uma colega minha que também foi vítima, sempre cantou lindamente neste momento é vocalista de uma banda, eu sou mãe, bem casada e feliz, e os ditos tóxicos?  Vivem no seu mundo, cada um seguiu o seu caminho, quando nos cruzamos desolham, não por vergonha mas por verem que somos todos iguais e que não lhes levou a lado algum aquela atitude.

Só tu escolhes o que permanece na tua vida.
Só tu tens o poder de ultrapassar este problema.
Só tu podes escolher o que faz parte da tua vida.
A vida é tua! Vive-a como queres, não a desperdices...




(Ainda hoje publico duas histórias reais de bullying..fiquem atentos)


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